Não há como imaginar se Bianca Bianchi alcançaria tanta qualidade e relevância em seu trabalho nos anos 30 se não fossem os estudos no Conservatório Musical Santa Cecília, em Roma, Itália.
Um dos principais conservatórios de Europa, fundado em 1870, o Santa Cecília tinha como ex-alunos alguns músicos relevantes como o compositor Nino Rota e o tenor Beniamino Gigli. Nos quatro anos que lá passou, de 1928 a 1932, Bianca não só melhorou sua técnica no instrumento, como passou a conhecer mais sobre o violino e ganhou novas experiências culturais. Em um evento na Embaixada da Itália, no Rio de Janeiro, que antecedeu a viagem, conheceu o maestro e compositor Ottorino Respighi e sua esposa Elsa, que estariam no mesmo navio. Era um feliz presságio: o célebre compositor tinha sido diretor do Conservatório. Respighi deu a ela conselhos sobre arte, estudos e até indicou um ortopedista.

Como a viagem era de navio e, portanto, levava muitos dias, Bianca buscou se descontrair e tirar muitas fotos, algumas produzidas qual fosse modelo, mas fez música também. Curiosamente, estava no mesmo navio o contrabaixista italiano Guido Gallignani, a quem conheceu em Curitiba em 1923 em um evento do Conservatório de Música do Paraná, e com ele se apresentou no navio em uma festa.

A porta de entrada da Itália para Bianca foi o porto de Gênova. Depois, ela e a mãe resolveram viajar antes de chegar à Roma. Na Toscana, conheceram Lucca. Em Viareggio, uma praia da Toscana, assistiu a uma ópera ao ar livre “Aida”, de Verdi, sob regência de Pietro Mascagni.

A primeira noite em Roma foi marcada por um passeio de charrete, com sua mãe, diante de lugares históricos. No dia seguinte, foi ao Conservatório onde conheceu o professor Arrigo Serato e seus colegas. Serato era professor de aperfeiçoamento em violino desde 1926 e era músico influente na Itália, amigo de Ferruccio Busoni, de Respighi – que lhe dedicara um concerto – e do violinista Fritz Kreisler, a maior influência na carreira de Bianca.

Em Roma, ela organizou um trio brasileiro com o cônsul Mário Trolhe da Costa, ao violoncelo, e Roberto Tavares, ao piano. Em Nápoles, encontrou-se com Theodoro de Bona que estudava também como bolsista do governo do Paraná.

Em 1930, com o golpe militar no Brasil que iniciou a Era Vargas e a saída de Affonso Camargo do governo substituído pelo interventor general Mário Tourinho, a bolsa de estudos foi suspensa sem aviso prévio. Gina conseguiu trabalho em Bolonha no restauro de igrejas e em 1932, encerrado o período de estudos, retornaram ao Brasil para o mesmo Palacete Wolf.

Em 6 de junho de 1932, fez o aguardado concerto de retorno no Theatro Guayra com o pianista Antonio Melillo a acompanhá-la. Nos dias seguintes ao concerto, os jornais Correio do Paraná, Diário da Tarde, O Dia e Gazeta do Povo foram unânimes em suas críticas, elogiando a artista.

Na coluna “A arte e seus artistas”, publicada em 12 de junho, reverberava o evento. Em negrito, colocou em destaque, como subtítulo: “O concerto de Bianca Bianchi no Guayra constituiu uma verdadeira glória para o Paraná”.

Bianca havia voltado a sua cidade.

Endereço

Rua Almirante Barroso 141
80510-240 • São Francisco
Curitiba • PR • Brasil

Contato

Quer falar conosco? Utilize as redes sociais ou preencha seus dados no formulário do site e envie sua mensagem. Em breve responderemos.

©Copyright 2023 | Todos os direitos reservados para a Fundação Bianca Bianchi. | Webdesign: Adalbacom

Webdesign: Adalbacom  |  Feito com ‌

Mobirise